quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Crítica construtiva não existe:


Artigo de Tony Schwartz traduzido por Miguel Nisembaum do Blog Harvard Business Review - 
Aí vai aquela pergunta que é garantia de frio na barriga – “ Você se importa se eu te der feedback?”
O que isso quer dizer na verdade é – “Você se importa se eu te der um feedback negativo, disfarçado na forma de crítica construtiva, queira você ou não?”
O problema com o criticismo é que desafia nosso senso de valor. Criticismo implica juízo de valor e todos nós nos sentimos julgados. Como Daniel Goleman pontuou, ameaça nossa estima aos olhos de outros e são tão potentes que podemos literalmente sentir que nossa sobrevivência esta ameaçada.
A questão é que feedback é necessário. É um dos meios primários pelo qual aprendemos e crescemos. Então qual seria a melhora forma de fazer com que realmente tenha valor – ou seja que o receptor realmente absorva e aja?
Existem três comportamentos chave, creio eu, e estão embasados no reconhecimento de que o que dizemos é frequentemente menos importante do como dizemos.
1.     O primeiro erro que fazemos é dar feedback quando nossos próprios valores estão em risco. É uma receita para o desastre, e é algo que é mais comum do que pensamos ou que estejamos cientes.
Se nos sentimos ameaçados ou diminuídos pela falhas percebidas por aqueles que provêem a “crítica construtiva”, se torna secundário absorver o valor daquilo. Estaremos mais propensos a reagir de forma insensível é até dolorosa.
Se for sobre nós, não é necessariamente sobre eles. Toda vez que damos feedback com o objetivo de fazer com que alguém se adéqüe as nossas necessidades, ao invés de ser receptivo as deles, é pouco provável que tenhamos o resultado desejado.
Exemplo clássico é o pai que confunde seu próprio valor com a performance de seus filhos, e reage aos erros do filho com crueldade e julgamento ao invés de sensibilidade e compaixão.
2.     O Segundo erro que fazemos ao dar feedback é a falha de não incluir os valores da pessoa no processo. Até o mais bem intencionado dos criticismos, nos deixará com a sensação que nossos valores estão em risco e sendo atacados.
O que acontece é que o primeiro impulso é nos defendermos. O quão mais a pessoa criticada se sentir compelida a defender seus valores, será menos capaz de absorver o que está escutando.
Eu já tive um funcionário que era muito competente e detalhista e raramente cometia erros. Isso vinha parcialmente de seu perfeccionismo feroz e seu enorme medo das conseqüências de estar equivocado.
Seu instinto automático era negar responsabilidade para qualquer erro. Quando eu precisava chamar a atenção, aprendi que era crucial começar reafirmando o quanto eu me importava e confiava nas capacidades dela. Só assim ela verdadeiramente ouvia o que eu estava dizendo.
Quando você estiver inclinado a oferecer um feedback especifico , pause e pergunte-se como você se sentiria se alguém lhe desse esse mesmo feedback. Se você se sentiria desconfortável ou defensivo, saiba que qualquer um sentiria o mesmo.
3.     O terceiro erro é assumir que estamos certos sobre seja lá o que vamos dizer. Como os advogados nós pegamos uma série de fatos e somamos tudo em uma história que apóie e justifique o que queremos defender.
O problema é que nossas histórias não necessariamente são a verdade. São simplesmente uma das interpretações dos fatos. Faz muito mais sentido oferecer o feedback no sentido de elucidação do que uma declaração, diálogos e não monólogos, curiosidade ao invés de certeza. Humildade é reconhecer que não sabemos mesmo quando pensamos saber.
E concluindo pense que deveríamos eliminar conceitos como “feedback” e “Críticas construtivas” de nosso vocabulário. Eles são polarizados e na maioria das vezes destrutivos. Precisamos pensar neste intercâmbio como forma de questionamento honesto e aprendizado genuíno.
“Isto é o que eu entendo sobre o que ocorreu, eu entendi corretamente, existe algum ponto que não esteja vendo?”
Isso é exatamente o que eu pretendo dizer a próximas vezes que eu pensar em dizer a alguém  “ Você se importa se eu te der um feedback?”

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Uma dose de gratidão pode salvar o dia

Tradução e adaptação Miguel Nisembaum
Esta é uma adaptação de um dos artigos mais comentados no New York Times do dia de ação de graças. Você pode ler o original clicando aqui.

Psicólogos vem estudando as consequencias de agradecer.
Cultivar uma atitude de gratidão foi relacionado com melhor saúde, boas noites de sono, maior satisfação a longo prazo com a vida, um comportamento mais gentil com os outros. Um novo estudo mostra que sentir gratidão faz com que as pessoas sejam menos agressivas quando provocadas.
Você não é do tipo que agradece com tanta freqüência? Algumas dicas de psicólogos que fizeram pesquisas sobre o tema.
Comece com “gratidão light” – É esse o termo utilizado por Robert A. Emmons da Universidade da Califórnia, para a técnica utilizada em seus experimentos pioneiros conduzidos em conjunto com Michael E. McCullough da Universidade de Miami. Eles instruíram as pessoas a manter um diário listando cinco coisas pelas quais eram gratos, como a generosidade de um amigo, algo que tenham aprendido, um por do sol que tenham gostado.
O diário de gratidão era curto – só uma frase por cada uma das cinco coisas – e feito uma vez por semana, após dois meses os efeitos foram significativos.
Comparado com o grupo de controle as pessoas que mantiveram o diário de gratidão estavam mais otimistas e sentiam-se mais felizes. Eles reportaram menos problemas físicos e gastaram mais tempo se exercitando.
Mais benefícios foram encontrados em um estudo com sobreviventes de pólio e outras pessoas com problemas neuromusculares. Aqueles que adotaram o diário de gratidão relataram estar mais felizes e otimistas do que o grupo de controle, e o relatório foi confirmado pelos seus cônjuges. Aqueles que agradeciam também dormiam mais rápido e mais a acordavam mais dispostos.
“Se você quer dormir melhor, conte coisas boas e não ovelhas”, o Doutor Emmons aconselha em seu livro “Thanks!” onde esta detalhada a pesquisa.
Não confunda gratidão com sentimento de dívida:
Você pode sentir que é um dever retribuir um favor.
Mas isso não é gratidão, pelo menos não do jeito que os psicólogos definem.
O sentimento de dívida é mais negativo e não traz os mesmos benefícios que a gratidão, esta ultima o inclina a ser gentil com qualquer pessoa, o primeiro não.
Em um experimento da Northeastern University, Monica Bartlett e David DeSteno sabotaram o computador de cada um dos participantes e combinaram para que um colega dos participantes consertasse os computadores.
Depois disso os estudantes estavam mais dispostos a ajudar alguém completamente estranho com uma tarefa não relacionada diretamente. A gratidão promoveu o “karma do bem”. E se funciona com estranhos...

Não contra-ataque
Um experimento recente da Universidade de Kentucky. Depois de entregar um trabalho escrito, alguns recebiam elogios e outros uma avaliação depreciativa do tipo “Este foi um dos piores trabalhos que li na minha vida!”
Em seguida cada estudante era convidado a jogar videogame contra a pessoa que avaliou o seu trabalho. O vencedor do jogo tinha direito de tocar uma buzina contra o perdedor. Não foi surpresa que aqueles que tiveram seus trabalhos insultados, retaliaram seus críticos com um barulho muito superior a aqueles que tiveram avaliações positivas.
Houve uma exceção, no caso de alguns estudantes que receberam uma orientação diferente de escreverem um trabalho sobre aquilo a que eles eram gratos. Depois do exercício a crítica depreciativa tinha menos peso e o ruído ao tocar a buzina foi menor.
“Gratidão é mais do que sentir-se bem”, diz Nathan DeWall, que conduziu o estudo em Kentucky. “Ajuda as pessoas a ficarem menos agressivas aumentando sua empatia. É uma emoção democrática, qualquer um pode experimentá-la até a pessoa mais rabugenta.”
Como cultura perdemos o senso de gratidão frente às conquistas dos nosso antepassados.
E se você acha que a coisa está feia tente vê-la por outra perspectiva como naquela canção da Vida de Brian – Always look at the bright side of life.