Pontos Fortes e Capital Psicológico- Como promover bem estar, satisfação e performance.
por Hugo Nisembaum e Miguel Nisembaum
por Hugo Nisembaum e Miguel Nisembaum
Quando nos propomos iniciar um novo caminho, uma nova forma de sentir, pensar e agir, entre os freios que aparecem na nossa frente destacamos a imagem distorcida criada ao redor da maneira em que avaliamos a nossa realidade.
Ensinaram-nos a olhar a realidade, as pessoas e a nós mesmos pelo lado vazio do copo, ou o modelo do déficit, do que nos falta, do que não temos.
Mesmo as abordagens que promovem autoconhecimento, muitas vezes derrapam e acabam dando maior ênfase nos pontos fracos, na necessidade de concertar o que não temos.
Mesmo que a intenção não seja essa, a compreensão final que fazemos dessas mensagens reforça os aspectos negativos.
A Psicologia Positiva na busca de promover o bem estar do ser humano, de reforçar o que funciona, nos fornece a base para estabelecer uma abordagem alternativa.
Trabalhar as virtudes, os traços de caráter positivos e os talentos da pessoa se apresentam como uma opção consistente ao modelo do déficit.
Escolhemos trabalhar principalmente os talentos, que representam o aspecto mais concreto quando buscamos aplicar esta abordagem nas organizações.
Talentos para nós são capacidades naturais, sentimentos, pensamentos e comportamentos freqüentes que podem ser aplicados produtivamente.
São um dos elementos do que definimos como Ponto Forte.
Os outros três elementos são os conhecimentos, habilidades e experiências que precisamos para poder desempenhar uma determinada função.
Sendo assim um ponto forte é formado pela seguinte equação:
Ponto Forte= Talento+Conhecimento+Habilidade+Experiência.
A maioria de nós não conhece quais são os seus Pontos Fortes, principalmente porque não conhece os seus talentos.
Ficamos tão preocupados em corrigir os defeitos e tentando preencher perfis ideais desenhados por alguém, que não aproveitamos as capacidades naturais que temos.
Por exemplo, se sou um bom vendedor e não penso estrategicamente, a preocupação passou a ser esta suposta falta, afetando a minha melhor contribuição, ou seja, a concretização das vendas.
O uso dos Pontos Fortes nas posições certas promovem um desempenho diferenciado, respeitam e aproveitam o melhor do individuo.
Quando uso os meus talentos, trabalho a favor do que eu tenho de melhor.
É por isso que afirmamos que os talentos são o caminho da menor resistência.
Menor resistência na busca de um desempenho diferenciado.
Buscamos com isto crescer e progredir profissionalmente.
Outro elemento a levar em consideração nessa busca é o “jeito de ser da pessoa”, isto é, o conjunto de características positivas da personalidade que empregamos em nossa vida profissional.
A isto chamamos de Capital Psicológico.
Colocadas a serviço do ambiente de trabalho, essas características podem fazer diferença nos resultados obtidos.
Este modelo considera quatro fatores:
· Vontade
Motivação voltada para o cumprimento de um objetivo.
· Otimismo realista
Confiança na resolução positiva de acontecimentos futuros
· Resiliência
Capacidade de enfrentar regularmente condições adversas ou arriscadas.
· Autoconfiança
Ou confiança na capacidade própria para atingir as metas propostas.
É importante frisar que esses quatro fatores podem ser aprendidos por qualquer pessoa e, portanto, podem ser incorporados aos programas de formação e de desenvolvimento das empresas.
Pesquisas tem mostrado que a performance e o ambiente de trabalho são superiores quando o conjunto dos fatores mencionados acima (Pontos Fortes e Capital Psicológico) agem conjuntamente.
Trabalhando com a abordagem dos Pontos Fortes e o Capital Psicológico temos a disposição dois elementos fundamentais que nos permitirão sair da visão exclusiva do modelo do déficit, buscando e promovendo bem estar, satisfação e performance.
Um comentário:
Muito interessante a abordagem. Mas acho que algumas empresas não aproveitam os pontos fortes, procurando "enquadrar" o profissional em um perfil pré-determinado, muitas vezes inadequado ao seu aproveitamento.
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