quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pontos Fortes e Capital Psicológico- Como promover bem estar, satisfação e performance no ambiente de trabalho.


Pontos Fortes e Capital Psicológico-  Como promover bem estar, satisfação e performance.


por Hugo Nisembaum e Miguel Nisembaum

Quando nos propomos iniciar um novo caminho, uma nova forma de sentir, pensar e agir, entre os freios que aparecem na nossa frente destacamos a imagem distorcida criada ao redor da maneira em que avaliamos a nossa realidade.

Ensinaram-nos a olhar a realidade, as pessoas e a nós mesmos pelo lado vazio do copo, ou o modelo do déficit, do que nos falta, do que não temos.

Mesmo as abordagens que promovem autoconhecimento, muitas vezes derrapam e acabam dando maior ênfase nos pontos fracos, na necessidade de concertar o que não temos.

Mesmo que a intenção não seja essa, a compreensão final que fazemos dessas mensagens reforça os aspectos negativos.

A Psicologia Positiva na busca de promover o bem estar do ser humano, de reforçar o que funciona, nos fornece a base para estabelecer uma abordagem alternativa.

Trabalhar as virtudes, os traços de caráter positivos e os talentos da pessoa se apresentam como uma opção consistente ao modelo do déficit.

Escolhemos trabalhar principalmente os talentos, que representam o aspecto mais concreto quando buscamos aplicar esta abordagem nas organizações.

Talentos para nós são capacidades naturais, sentimentos, pensamentos e comportamentos freqüentes que podem ser aplicados produtivamente.

São um dos elementos do que definimos como Ponto Forte.

Os outros três elementos são os conhecimentos, habilidades e experiências que precisamos para poder desempenhar uma determinada função.

Sendo assim um ponto forte é formado pela seguinte equação:

Ponto Forte= Talento+Conhecimento+Habilidade+Experiência.

A maioria de nós não conhece quais são os seus Pontos Fortes, principalmente porque não conhece os seus talentos.

Ficamos tão preocupados em corrigir os defeitos e tentando preencher perfis ideais desenhados por alguém, que não aproveitamos as capacidades naturais que temos.

Por exemplo, se sou um bom vendedor e não penso estrategicamente, a preocupação passou a ser esta suposta falta, afetando a minha melhor contribuição, ou seja, a concretização das vendas.

O uso dos Pontos Fortes nas posições certas promovem um desempenho diferenciado, respeitam e aproveitam o melhor do individuo.

Quando uso os meus talentos, trabalho a favor do que eu tenho de melhor.
É por isso que afirmamos que os talentos são o caminho da menor resistência.

Menor resistência na busca de um desempenho diferenciado.

Buscamos com isto crescer e progredir profissionalmente.

Outro elemento a levar em consideração nessa busca é o “jeito de ser da pessoa”, isto é, o conjunto de características positivas da personalidade que empregamos em nossa vida profissional.

A isto chamamos de Capital Psicológico. 

Colocadas a serviço do ambiente de trabalho, essas características podem fazer diferença nos resultados obtidos.

Este modelo considera quatro fatores:

·         Vontade 
Motivação voltada para o cumprimento de um objetivo.

·         Otimismo realista 
Confiança na resolução positiva de acontecimentos futuros

·         Resiliência 
Capacidade de enfrentar regularmente condições adversas ou arriscadas.

·         Autoconfiança 
Ou confiança na capacidade própria para atingir as metas propostas.

É importante frisar que esses quatro fatores podem ser aprendidos por qualquer pessoa e, portanto, podem ser incorporados aos programas de formação e de desenvolvimento das empresas.

Pesquisas tem mostrado que a performance e o ambiente de trabalho são superiores quando o conjunto dos fatores mencionados acima (Pontos Fortes e Capital Psicológico) agem conjuntamente.

Trabalhando com a abordagem dos Pontos Fortes e o Capital Psicológico temos a disposição dois elementos fundamentais que nos permitirão sair da visão exclusiva do modelo do déficit, buscando e promovendo bem estar, satisfação e performance. 

Um comentário:

Dario Reys disse...

Muito interessante a abordagem. Mas acho que algumas empresas não aproveitam os pontos fortes, procurando "enquadrar" o profissional em um perfil pré-determinado, muitas vezes inadequado ao seu aproveitamento.