Artigo Traduzido por Miguel Nisembaum da Harvard
Business Review - Edição Janeiro- Fevereiro.
Autor Shawn Achor
Em julho de 2010 Burt’s Bee uma empresa de produtos
de cuidados pessoais, passava por
mudanças enormes, uma expansão global para 19 países. Nesse tipo de situação de
alta pressão, muitos líderes chateiam seus colaboradores com reuniões
frequentes ou enchem sua caixa de e-mails com demandas urgentes. E ao fazer
isso, gestores aumentam o nível de ansiedade de todos, ativando a área do
cérebro que processa ameaças – a amídala – e rouba energia do Córtex
Pré-Frontal, que é responsável por resolução de problemas.
John Replogle
CEO então da Burt’s Bee tomou um caminho diferente. Cada dia ele enviava
um e-mail elogiando um membro da equipe por trabalhos relacionados à expansão.
Interrompia suas apresentações no lançamento para
lembrar seus gestores para conversar com suas equipes sobre os valores da
companhia. Solicitou um workshop de 3 horas sobre bem-estar no trabalho no meio
dos esforços de expansão. Como um gestor sênior comentou um ano depois, a
ênfase em estimular uma liderança positiva, manteve seus gestores engajados e
coesos conseguindo concluir a expansão global com sucesso.
O resultado não deveria surpreender. Pesquisas
mostram que quando as pessoas trabalham com um modelo mental positivo, a performance
aumenta praticamente em todos os níveis de produtividade, criatividade,
engajamento.
Ainda assim felicidade é um dos drives de performance
menos compreendidos. A grande maioria pensa que sucesso precede a felicidade. “
Uma vez que eu for promovido serei feliz” ou “ Uma vez que atingir minha meta
de vendas me sentirei bem”. Mas como o sucesso é um alvo em movimento – assim
que você atingiu o alvo, precisa mirar novamente – portanto a felicidade que
vem do sucesso é passageira.
A verdade é que as coisas funcionam de forma
inversa: Pessoas que cultivam um modelo mental positivo encaram melhor
desafios. Todo resultado de negócio tem melhora quando o pensamento é positivo. Observei
esse efeito como pesquisador e palestrante em 48 países conectando
bem-estar e felicidade com sucesso. E não estou sozinho nesta vertente: 225
estudos acadêmicos, incluindo os de pesquisadores como Sonja Lyubomirsky, Laura King, e Ed Diener,
mostram fortes evidencias de causa direta entre satisfação com a vida e
resultados bem sucedidos de negócios.
Outro equivoco comum é pensar que nossa genética e
o ambiente, ou a combinação destes dois fatores determinam nosso grau de
felicidade. Certamente ambos têm um impacto importante. Porem o senso de
bem-estar do ser humano mostrou-se surpreendentemente maleável. Os hábitos
cultivados, a forma de interagir com colegas, o que você pensa sobre o stress—tudo
isso pode ser administrado para incrementar seu grau de satisfação e suas
chances de se sair bem.
Desenvolva novos hábitos
Treinar seu cérebro a ser positive não é tão
diferente quanto treinar seus músculos em uma academia.
Pesquisas recentes sobre neuroplasticidade – a habilidade
de mudar nossos cérebros mesmo quando adultos – revelam que quando você
desenvolve novos hábitos, nova conexões no cérebro são feitas.
Comece a exercitar um aspecto positive todo dia e
em algumas semanas já perceberá o impacto. Em Dezembro de 2008 (plena crise)
trabalhei com a KMPG em Nova York e New Jersey para ver se o nível de
satisfação de seus gestores poderia aumentar. Pedi a eles que escolhessem uma
das 5 atividades abaixo que se correlacionam com mudança positiva:
·
Anote 3 coisas pelas quais é grato.
·
Escreva uma mensagem positiva para alguém em sua rede de contatos
·
Meditar 2 minutos na sua mesa.
·
Fazer atividade física ( mínimo 10 minutos)
·
Escrever em 2 minutos um diário com as experiências mais significativas
nas últimas 24hs.
Os Participantes executaram a atividade escolhida
todo dia por 3 semanas. Muitos dias depois do treinamento ser concluído,
avaliamos os participantes e um grupo controle que não havia participado para
determinar sua percepção geral de bem-estar. O quão engajados estavam? Estavam deprimidos? Em queda item medido as notas do grupo experimental foram significativamente
maior que no grupo de controle.
Ao fazermos o mesmo teste 4 meses depois essa
diferença ainda era forte e os participantes tinham notas mais altas em
otimismo e satisfação.
Antes da intervenção numa escala de satisfação bastante aceita – que vai até 35 pontos. O
grupo foi de 22.96 até 27.23 quatro meses após o treinamento. Alguns mantiveram
o novo hábito muitos meses após o treinamento.
Shawn Achor – É consultor e CEO da Good Think
Um comentário:
Um excelente post. Parabéns!!!
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