Artigo adaptado
e traduzido por Miguel Nisembaum
por JEREMY MCCARTHY
A
Maioria dos gestores pensa que motivar os seus colaboradores é uma das partes
mais importantes do seu trabalho.
É uma crença comum a todos que motivar os colaboradores é essencial em qualquer
posição de supervisão.
Esta
teoria de gestão não condiz com a realidade.
Na
maioria dos trabalhos que iniciamos estamos motivados a nos sair bem, mesmo
antes de ler qualquer material de integração.
Meu
gerente pouco teve a ver com minha motivação.
E penso que a maioria de nós quer ser bem sucedido e passar nossas
horas fazendo um bom trabalho em busca de um significado.
Ao
invés de pensar em como motivar os colaboradores, os gestores deveriam estar
cientes que as pessoas já estão motivadas nos primeiros dias e que devem pensar em fazer os ajustes para reduzir os aspectos que os desmotivam ao longo
do tempo.
Por
que tantas organizações contratam colaboradores engajados e gradualmente os
transformam em zumbis apáticos no primeiro ano de trabalho?
Este
conceito de motivação está alinhado com a teoria conhecida pela psicologia como
“autodeterminação” baseada no trabalho de Edward Deci e Richard Ryan. Esta
teoria propõe que o ser humano é inerentemente motivado. Temos tendência
natural a aprender e crescer, dominar nosso ambiente e integrar novas
experiências a aquilo que somos.
Essa
tendência natural é uma parte saudável do comportamento humano, mas pode ser
frustrada se certas necessidades psicológicas não são encontradas.
A
teoria diz que 3 aspectos alimentam o funcionamento saudável do ser humano e
sua motivação: autonomia, competência e sentir-se parte de algo maior. Se as
condições não permitem que estas necessidades sejam preenchidas, a motivação
intrínseca morre, mais ou menos do mesmo modo que as plantas que nos esquecemos
de regar.
Como
organizações podem estar seguras que estas necessidades são preenchidas fazendo
com que as manifestações naturais de motivação apareçam? A melhor forma de
responder esta questão é através de exemplos de organizações bem sucedidas em
que as necessidades básicas de autonomia, competência e sentir-se parte são
preenchidas.
Autonomia:
O loja
online de roupas, sapatos e acessórios Zappos
é conhecida por criar uma cultura de liberdade de expressão. Um dos seus
valores é contratar pessoas que sejam “
divertidas e um pouco estranhas” e assim enfatizam a importância da
individualidade.
Os
colaboradores da Best Buy trabalham em um regime que eles chamam de ROWE –
Results Only Environment- ninguém se importa em quando ou como eles trabalham,
somente o que eles conseguem realizar.
Recentemente
a NetFlix anunciou que permitia que seus colaboradores tirassem férias quando e
na frequência que quiserem, desde que entreguem os resultados deles esperados,
adotando uma estratégia que a IBM tomou alguns anos antes.
O Google
introduziu o conceito de “20% time”
permitindo que seus funcionários utilizassem 1/5 do seu tempo concentrados nos
projetos que quisessem trabalhar ( mesmo que fosse algo além da sua descrição
de cargo).
A
companhia de software Valve diz que 100% do tempo os seus colaboradores podem
trabalhar no que quiserem e com quem quiserem, num modelo inovador de completa
autonomia. Até as estações de trabalho
tem rodas assim as pessoas podem sentar perto de quem quiserem.
Competência:
A marca de roupas esportivas Lululemon tem uma
cultura embasada em atingir metas. Os colaboradores tem treinamento e processos
de coaching em como atingir suas metas ( tanto as pessoais sem relação alguma com a empresa como aquelas
que estão diretamente relacionadas com o ambiente de trabalho).
A Zappos
mudou seu critério de hierarquia quebrando a trajetória de carreira em passos
menores. Sabiam que seus colaboradores seriam mais felizes com promoções a cada
seis meses ao invés de esperar grandes promoções a cada 2 anos. É natural o ser
humano querer sentir que esta progredindo.
Sentir-se parte:
Recentemente estando em uma Apple Store vi que todos
os funcionários aplaudiam a transferência de um de seus colegas para uma loja
nova. Honestamente não sei até onde isto é uma política da empresa , cultura da
companhia ou algo em particular com aquele colaborador, mas certamente esta
pessoa se sentiu parte da empresa quando os seus colegas fizeram uma fila para
abraçá-la e parabenizá-la pelo seu novo papel.
Estes
exemplos apresentam companhias que de forma consciente ou não estão aplicando
os princípios da teoria da Autodeterminação, permitindo que a motivação interna
de seus colaboradores brilhe. Cada uma destas empresas são altamente
bem-sucedidas e admiradas pelos seus consumidores e colaboradores.
por Jeremy McCarthy do blog The Psychology of Well-being
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