por Jules Peck, tradução e adaptação Miguel Nisembaum
Uma nova visão sobre o
significado do que é ser próspero e desenvolver-se como indivíduo e sociedade
está tomando parte do mundo dos negócios. É inspirada pela junção de diferentes
disciplinas incluindo psicologia positiva, economia do bem-estar, economia do
prazer ( hedonomics), neurociência e marketing.
Por muito tempo
coincidentemente alguns ganhadores do prêmio Nobel , como Amartya, Senador
Jospeh Stigliz e Dan Kahneman, questionando qual era o real significado da
prosperidade. Em 1968 em um discurso Robert Kennedy questionava o PIB como uma
medida válida, outras evidencias como o Happy Planet Index e o Genuine Progress
Indicator estão desafiando a associação tradicional entre riqueza,crescimento,
bem-estar e prosperidade.
Esse indicadores mostram por exemplo, que apesar do
crescimento econômico desde os anos 1970, nas nações consideradas desenvolvidas
o índice de satisfação com a vida se estabilizou. Trabalhos acadêmicos e de
empresas de pesquisa mostram que apesar do incremento no nível de renda, apenas
7% do bem-estar vem da renda.
Os principais elementos que elevam o bem-estar
são proximidade aos amigos, família e comunidade, generosidade e voluntariado;
estar fisicamente ativo; ter objetivos de vida e continuar aprendendo; estar
atento e engajado. É isso o que a New Economics Foundation chama de “Os 5 caminhos para o bem-estar” e estão
em vias de adoção pelo Governo Inglês.
É crescente o consenso que o
crescimento da macroeconomia é um risco que já está levando a mudanças de clima
e exaustão dos recursos finitos dos quais nosso modo de vida depende. Outra
evidência vem de trabalhos como os dos Professores Tim Jackson e Peter Victor
sugerindo que não necessariamente é necessário crescer para entregar o tipo de
coisas que se espera de uma economia bem-sucedida. Outros mostram que estamos
chegando ao fim do crescimento, gostemos ou não.
Como resultado destas forças,
uma nova economia está emergindo questionando o significado de prosperidade e
postula que invés de concentrarmo-nos em riqueza crescente deveríamos concentrar
nossas energia no bem-estar. Esta linha de pensamento vem de um segmento
significante da sociedade que está se sintonizando no modo de pensar de Thoreau – “Um homem é rico quanto maior
a proporção de coisas das quais consegue viver sem.”
Marcas como Coca-cola,
flertam há muito tempo com a linguagem da felicidade. Outras como IKEA,
Nesquick, Dunkin Donuts e BMW mais recentemente começaram a sintonizar suas
marcas com a “felicidade”. Mas há ainda poucos sinais de que as companhias
estão realmente tentando entender a complexidade e riqueza nas pesquisas sobre
bem-estar, desenvolvimento , psicologia positiva e economia do bem estar. Mas
as coisas parecem estar mudando.
Recentemente um dos CEOs mais
influentes da Inglaterra, Ian Cheshite da Kingfisher B&Q ( loja de matérias
para reformas DIY- faça você mesmo), falou sobre a necessidade de um novo
capitalismo que priorize bem-estar e não crescimento.
Cheshire é só um de um grupo
de CEOs no mundo que estão trabalhando duro nos bastidores para entender como
podem evoluir seus modelos de negócios para que seus produtos , serviços e
marcas apóiem o máximo desenvolvimento de seus clientes, trabalhadores e
sociedade em geral. Empresas como SSE e Virgin estão realizando experiências em
mapear os aspectos de bem-estar junto
aos seus produtos, serviços e atributos de marca, considerando – por exemplo
estudos que mostram que gastar dinheiro em experiências traz bem-estar maior do
que comprar objetos materiais – isso pode ( e deve) alterar as suas
estratégias.
A pedra filosofal dessas
empresas tornou-se “O Dividendo do Bem-estar”, onde reais esforços de
sustentabilidade podem ser evidenciados, incrementando ao invés de prejudicar a
qualidade de vida e bem-estar do cliente
e da sociedade. A Unilever por exemplo está comprometida em aumentar o
bem-estar de 1 milhão de pessoas, promessa feita a companhia precisa no que é
necessário para chegar a essa meta.
O movimento parece estar se
equilibrando para um próximo passo tornar a teoria realidade prática através da
experimentação e inovação.
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