terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bem-estar e sua empresa


por Jules Peck, tradução e adaptação Miguel Nisembaum

Uma nova visão sobre o significado do que é ser próspero e desenvolver-se como indivíduo e sociedade está tomando parte do mundo dos negócios. É inspirada pela junção de diferentes disciplinas incluindo psicologia positiva, economia do bem-estar, economia do prazer ( hedonomics), neurociência e marketing.
Por muito tempo coincidentemente alguns ganhadores do prêmio Nobel , como Amartya, Senador Jospeh Stigliz e Dan Kahneman, questionando qual era o real significado da prosperidade. Em 1968 em um discurso Robert Kennedy questionava o PIB como uma medida válida, outras evidencias como o Happy Planet Index e o Genuine Progress Indicator estão desafiando a associação tradicional entre riqueza,crescimento, bem-estar e prosperidade. 
Esse indicadores mostram por exemplo, que apesar do crescimento econômico desde os anos 1970, nas nações consideradas desenvolvidas o índice de satisfação com a vida se estabilizou. Trabalhos acadêmicos e de empresas de pesquisa mostram que apesar do incremento no nível de renda, apenas 7% do bem-estar vem da renda. 
Os principais elementos que elevam o bem-estar são proximidade aos amigos, família e comunidade, generosidade e voluntariado; estar fisicamente ativo; ter objetivos de vida e continuar aprendendo; estar atento e engajado. É isso o que a New Economics Foundation chama de “Os 5 caminhos para o bem-estar” e estão em vias de adoção pelo Governo Inglês.
 Combinando isto com a conclusão de que ultrapassamos o limite no que diz respeito à pressão que o planeta e sua macroeconomia podem suportar.
É crescente o consenso que o crescimento da macroeconomia é um risco que já está levando a mudanças de clima e exaustão dos recursos finitos dos quais nosso modo de vida depende. Outra evidência vem de trabalhos como os dos Professores Tim Jackson e Peter Victor sugerindo que não necessariamente é necessário crescer para entregar o tipo de coisas que se espera de uma economia bem-sucedida. Outros mostram que estamos chegando ao fim do crescimento, gostemos ou não.
Como resultado destas forças, uma nova economia está emergindo questionando o significado de prosperidade e postula que invés de concentrarmo-nos em riqueza crescente deveríamos concentrar nossas energia no bem-estar. Esta linha de pensamento vem de um segmento significante da sociedade que está se sintonizando no modo de pensar de Thoreau – “Um homem é rico quanto maior a proporção de coisas das quais consegue viver sem.”
Marcas como Coca-cola, flertam há muito tempo com a linguagem da felicidade. Outras como IKEA, Nesquick, Dunkin Donuts e BMW mais recentemente começaram a sintonizar suas marcas com a “felicidade”. Mas há ainda poucos sinais de que as companhias estão realmente tentando entender a complexidade e riqueza nas pesquisas sobre bem-estar, desenvolvimento , psicologia positiva e economia do bem estar. Mas as coisas parecem estar mudando.
Recentemente um dos CEOs mais influentes da Inglaterra, Ian Cheshite da Kingfisher B&Q ( loja de matérias para reformas DIY- faça você mesmo), falou sobre a necessidade de um novo capitalismo que priorize bem-estar e não crescimento.
Cheshire é só um de um grupo de CEOs no mundo que estão trabalhando duro nos bastidores para entender como podem evoluir seus modelos de negócios para que seus produtos , serviços e marcas apóiem o máximo desenvolvimento de seus clientes, trabalhadores e sociedade em geral. Empresas como SSE e Virgin estão realizando experiências em mapear os aspectos  de bem-estar junto aos seus produtos, serviços e atributos de marca, considerando – por exemplo estudos que mostram que gastar dinheiro em experiências traz bem-estar maior do que comprar objetos materiais – isso pode ( e deve) alterar as suas estratégias.
A pedra filosofal dessas empresas tornou-se “O Dividendo do Bem-estar”, onde reais esforços de sustentabilidade podem ser evidenciados, incrementando ao invés de prejudicar a qualidade de vida  e bem-estar do cliente e da sociedade. A Unilever por exemplo está comprometida em aumentar o bem-estar de 1 milhão de pessoas, promessa feita a companhia precisa no que é necessário para chegar a essa meta.
O movimento parece estar se equilibrando para um próximo passo tornar a teoria realidade prática através da experimentação e inovação.

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