por Hugo Nisembaum
Hoje no
ambiente de trabalho, a noção de competências da liderança ou competências
gerenciais é bastante familiar.
Não só o
conceito como o tempo e dinheiro que as organizações investem em cada líder
para adquirir essas competências.
Geralmente, o
numero delas pode ir de meia dúzia até duas dúzias ou mais, e geralmente podem
variar pela graduação do trabalho, pelo nível ou pelo titulo.
O conjunto
delas pode mudar de empresa para empresa, ajustando a linguagem e o conteúdo
delas as características e cultura de cada organização.
A cada
semestre ou a cada ano, estas competências são utilizadas como parte do processo de gestão de desempenho para
medir a eficácia do líder.
Mesmo se o
líder teve um ano excepcional – contribuindo para a satisfação do cliente,
trabalho da equipe e finalmente resultados- a conversa sobre performance que
tem com o seu superior imediato pode lhe deixar desanimado.
Por quê?
Pela obsessão
da maioria das empresas com os gaps e com os pontos fracos. E em algumas
organizações, fazendo os lideres acreditarem que para serem bem sucedidos eles
devem ser igualmente capacitados em todas as competências definidas.
Contrariamente
a essa prática, na última edição da Harvard Business Review, um artigo me
chamou a atenção, “In Praise of the Incomplete Leader” (Elogiando o líder
incompleto), de Ancona, Malone, Orlikowski e Senge, eles assinalam um conjunto
de quatro capacidades da liderança:
“Sensemaking” ou dar
sentido (que implica entender o contexto no qual a empresa e as pessoas
operam).
“Relating” ou
relacionar-se (que se manifesta pela construção de relacionamentos dentro e
fora da organização).
“Visioning” ou a
capacidade de visão,(criar uma imagem convincente e persuasiva do futuro).”
“Inventing” ou a
capacidade de inovar (desenvolver novas formas de alcançar a visão).
Ancona e seus
colegas afirmam que “raramente, se não
nunca, alguém será igualmente capacitado nas quatro dimensões. Assim, os lideres incompletos são diferentes dos lideres incompetentes de tal forma que
eles compreendem no que são bons e no que não são e possuem bom tino sobre como
eles podem trabalhar com outros para construir os seus pontos fortes e
compensar as suas limitações”.
Então, onde entram os talentos
no modelo de competências?
Talentos para
nós são capacidades naturais. Também os definimos como pensamentos, sentimentos
e comportamentos frequentes que podem ser aplicados produtivamente.
Os Pontos
Fortes são a soma do conjunto de talentos, conhecimentos, habilidades e
experiências que juntos permitem um desempenho diferenciado e consistente numa
determinada atividade.
Lamentavelmente,
muitas empresas assumem como óbvios os pontos fortes de seus colaboradores e
concentram seus esforços em minimizar seus pontos fracos.
Não pretendemos
aqui confrontar o mundo das competências com o mundo dos pontos fortes e sim
construir uma ponte entre os dois mundos.
Existem
organizações com bons programas de competências que não só permitem a cada
pessoa encontrar seu caminho para alcançar uma determinada competência – elas
estimulam a iniciar esse caminho ajudando as pessoas a identificar os seus talentos
naturais.
Isso faz a
estrada muito mais prazerosa, e abre a porta para um progresso maior, já que
a manifestação dos talentos naturais promove satisfação, engajamento e facilita
os processos de aprendizado ligados a atividade.
Indo
diretamente ao ponto, a forma mais eficaz de contribuir com o funcionamento de
um programa de competências é definir um conjunto de resultados mensuráveis, e
deixar os talentos das pessoas trilharem o caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário